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O vereador Emanoel Sponton (Progressistas) se manifestou, pela primeira vez, sobre as acusações de suposta "rachadinha" em seu gabinete. Por meio de uma nota de esclarecimento publicada nas redes sociais, Sponton classificou as denúncias como um "movimento de revanchismo" para prejudicar sua trajetória política.
Apesar da manifestação pública, o vereador não respondeu diretamente aos questionamentos feitos pela equipe do Portal Araraquara Agora sobre as acusações e se a corrupção ocorria com seus assessores.
Na nota, Sponton declarou:
"Diante das recentes alegações divulgadas sobre minha pessoa, venho a público esclarecer que não há qualquer procedimento investigativo instaurado pela Justiça sobre minha conduta parlamentar. Trata-se de algo lamentável que, num claro movimento de revanchismo, fatos estejam sendo distorcidos para atacar minha honra e comprometer uma bela trajetória pública, sempre pautada pela transparência, ética e compromisso com o interesse coletivo."
O vereador reforçou ainda que está à disposição das autoridades para prestar esclarecimentos, incluindo possíveis apurações pela Justiça, Ministério Público ou pela Comissão de Ética da Câmara Municipal.
"Minha postura sempre será de total colaboração para que a verdade prevaleça e minha inocência seja devidamente comprovada. Repudio veementemente qualquer tentativa de manchar minha reputação com acusações sem fundamento."
Na segunda-feira (24), o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara Municipal de Araraquara abriu um processo de investigação contra Sponton. A decisão veio após denúncias de ex-assessores e áudios divulgados pela imprensa local, que sugerem que servidores eram obrigados a devolver parte dos salários, prática conhecida como rachadinha.
A apuração preliminar começa nesta terça-feira (25) e pode durar até 30 dias. Durante esse período, testemunhas serão convidadas a depor na Câmara, incluindo o próprio vereador. Após essa fase, o Conselho de Ética decidirá entre arquivar o caso ou formalizar uma denúncia.
As denúncias ganharam força após a divulgação de áudios pelo programa "Jornal da EP", apresentado por José Carlos Magdalena. Nos registros, ex-assessores relatam que eram instruídos a devolver parte dos salários para um familiar do vereador, justificando que Sponton precisava recuperar gastos de campanha.
Segundo o jornalista Luis Antonio, uma das denunciantes confirmou que a devolução ocorria mensalmente via PIX. Em troca, os servidores tinham liberdade para exercer outras atividades profissionais, já que seus vencimentos eram reduzidos.
Caso o Conselho de Ética decida formalizar a denúncia, será aberto um processo disciplinar na Câmara Municipal, o que pode levar a penalidades como:
Se o caso avançar para a fase processual, que pode durar até 90 dias, Sponton será suspenso temporariamente e terá que apresentar defesa por escrito. Testemunhas serão formalmente intimadas e, ao final, o Conselho de Ética encaminhará suas conclusões ao Plenário da Câmara, que definirá se há provas suficientes para puni-lo.
Caso o vereador se licencie do cargo, a investigação seguirá normalmente. Em caso de renúncia, o processo será arquivado na Câmara, mas poderá continuar na Justiça.
O Conselho de Ética foi formalizado em 20 de março e terá sua composição anunciada oficialmente na Sessão Ordinária desta terça-feira (25). Os membros são:
O vereador Alcindo Sabino destacou que a investigação seguirá critérios técnicos e imparciais.
"Garantiremos o direito à ampla defesa e ao contraditório, assegurando que todas as partes possam se manifestar", afirmou.
O presidente da Câmara, vereador Rafael de Angeli (Republicanos), divulgou uma nota reafirmando o compromisso da Casa com a transparência. "Caso existam denúncias concretas sobre rachadinha, elas devem ser formalmente apresentadas aos órgãos competentes, como o Ministério Público e a Comissão de Ética da Câmara."
A investigação continua e novos desdobramentos são aguardados nos próximos dias.
