Uma corrente de solidariedade ganhou força em Araraquara após o apelo feito pela empreendedora Angela Cristina Barbosa, que precisa de doações de sangue para realizar uma cirurgia no próximo dia 25 de junho. Sensível, mas decidida a transformar sua necessidade em uma oportunidade de ajudar outras pessoas, Angela lançou uma campanha voluntária para reforçar os estoques do Hemonúcleo da cidade, que enfrenta um déficit preocupante.
A cirurgia de Angela exige cinco doadores diretos, mas o objetivo vai além. “Quero formar uma corrente do bem”, conta Angela. “Não é só por mim. Aproveitei o alcance que tenho na comunidade para incentivar mais pessoas a doarem. O Hemonúcleo precisa muito.” Segundo ela, o estoque de plaquetas, essenciais em casos de hemorragia durante cirurgias, está baixo.
“Eu posso ter uma hemorragia na mesa de cirurgia e, com meu quadro, terei déficit de plaquetas. Por isso, o banco de sangue precisa estar preparado, não só para mim, mas para outras emergências”, explica.
Quem quiser se tornar doador, deve fazer o agendamento prévio com o Hemonúcleo de Araraquara pelo telefone (16) 3301-6102, informando que a doação é em nome de Angela Cristina Barbosa.
Requisitos para doar:
O procedimento é rápido, seguro e indolor. “Doar sangue é um ato de amor. Uma única doação pode salvar até quatro vidas”, destaca Angela, desmentindo antigos mitos sobre a prática. “Essas histórias de que o sangue engrossa ou faz mal são coisas do ado. Hoje, doar é só benefício — para quem recebe e para quem doa.”
Angela vive uma batalha silenciosa contra a miomatose uterina, condição que causa hemorragias e dores intensas. No seu caso, o quadro é ainda mais delicado: ela não pode usar anticoncepcionais por já ter tido duas tromboses e faz uso contínuo de anticoagulantes. Além disso, sofre de anemia profunda, agravada pelos sangramentos e medicamentos.
“Minha cirurgia foi marcada antes da pandemia, mas adiada várias vezes. Já tentei todos os tratamentos disponíveis, inclusive indução de menopausa e outros métodos invasivos. Nada funcionou. Agora, a única saída é a retirada do útero”, relata.
Mesmo diante de uma jornada desafiadora, ela mantém a força e a esperança, não apenas para si, mas por todos que dependem de um gesto simples, mas de grande impacto: a doação de sangue.
A situação de Angela chama a atenção para uma realidade recorrente em diversas cidades, que é a queda nos estoques de sangue. Muitas vezes, a doação só ocorre quando há uma emergência próxima.
“Hoje sou eu quem precisa. Amanhã pode ser você, alguém da sua família ou um desconhecido que você salvou com um gesto simples”, lembra.
Além de atender ao apelo de Angela, a campanha visa estimular uma cultura de doação contínua em Araraquara e região, para que o Hemonúcleo esteja sempre pronto a atender emergências e tratamentos complexos.
