Moradores do Residencial Flamboyant denunciaram a construtora Vitta por entregar as chaves de seus apartamentos mesmo com o prédio ainda em condições de canteiro de obras no Jardim Cambuy, em Araraquara. A entrega simbólica aconteceu no dia 30 de abril, após sucessivas prorrogações de prazo.
Segundo os relatos a estrutura do prédio ainda não estava concluída, os os às unidades estavam bloqueados, havia operários trabalhando, entulho por toda parte e barulho intenso.
“Nos chamaram para um evento de entrega, mas o prédio estava cheio de poeira, com obra em todo lado. Pegamos a chave, mas não conseguimos nem entrar no apartamento”, relatou a moradora Juliana Martins, que participou da cerimônia e disse ter se sentido enganada.
Outro morador, Carlos Henrique da Silva afirmou que a situação causou indignação geral: “Foi uma jogada pra fingir que entregaram no prazo. Mas todo mundo viu que o prédio não estava pronto. A gente não teve nem vistoria técnica.”
De acordo com os relatos, os os aos apartamentos só foram liberados no dia 12 de maio, quase duas semanas após o evento de entrega. A surpresa, de acordo com os moradores, foi ainda maior ao encontrarem os imóveis inacabados.
“Meu apartamento estava com vazamento, piso mal colocado e sem acabamento em partes da parede”, descreveu Mariana Lopes que está entre os que decidiram acionar a Justiça.
Moradores suspeitam que a antecipação da entrega tenha sido uma manobra para evitar o pagamento de multas contratuais por atraso. Diante da revolta coletiva, eles começaram a se organizar e procurar respaldo jurídico.
Procurada a construtora Vitta afirmou que o empreendimento segue dentro do cronograma, apesar de “dificuldades pontuais” enfrentadas no pós-pandemia. A empresa informou que 99% das unidades aram pela primeira vistoria técnica e que as entregas seguem cronogramas individualizados, com previsão de finalização até o fim de junho.
A Vitta também esclareceu que os os para reforma foram liberados em 12 de maio e que mudanças foram autorizadas a partir de 19 de maio, por decisão do síndico eleito em assembleia. A construtora ainda garantiu que as unidades com pendências mais complexas estão sendo acompanhadas por sua equipe técnica.
Mesmo assim, moradores dizem que continuam enfrentando transtornos. “Não é só questão de prazo, é falta de respeito com quem economizou anos para realizar esse sonho”, desabafou Eduardo Campos que ainda aguarda reparos estruturais em sua unidade.
A situação segue sendo acompanhada por órgãos de defesa do consumidor e poderá desdobrar-se em ações coletivas.
