A Justiça manteve a prisão da ex-lutadora do UFC, Lívia Renata Souza, conhecida como Livinha, após ser flagranteada em sua residência em Araraquara com uma pistola sem registro, munições, maconha e anabolizantes.
Sua defesa nega as acusações de tráfico e porte ilegal, alegando que os itens são para consumo pessoal e defesa.
A prisão foi o resultado de uma denúncia anônima que levou à operação policial. Livinha continua detida enquanto a investigação avança, incluindo a análise de provas e possíveis envolvimentos de terceiros.
A defesa de Livinha, liderada pelo advogado Glaucio Dalponte Matioli, negou as acusações de tráfico de drogas e porte ilegal de arma de fogo. Segundo o advogado, os itens encontrados serviriam para consumo pessoal e defesa, respectivamente. A defesa também declarou que acredita na inocência do ex-atleta e que pretende apresentar novos argumentos ao longo do processo.
"Lívia, como já declarado anteriormente em redes sociais, e em algumas reportagens, é usuária de maconha. Ela é uma defensora ferrenha da legalização do uso de maconha e a Lívia, foi a primeira atleta do UFC a ser patrocinada pela CBD Brasil, empresa que trouxe para o país, vários produtos do cânhamo medicinal, entre outros, então ela é usuária, sempre se declarou e ao longo de todo o processo nós vamos demostrar que aquele entorpecente era de uso dela. Lívia não tem nada a esconder, tanto que permitiu o ao telefone dela, para mostrar que ela é usuária e não tem envolvimento com o tráfico", explicou Glaucio Dalponte Matioli, em entrevista exvlusiva ao repórter Flávio Fernandes.
O advogado também explicou porque Lívia tinha em casa frascos de anabolizantes. Os produtos também foram apreendidos.
"É de conhecimento público que a Lívia está em processo de reabilitação (recuperação física). Ela acabou sendo vendida do UFC para uma liga de luta russa, assim como outras lutadoras também. Para manter o tônus muscular a Lívia estava fazendo o uso desse anabolizante. Lembrando é claro que durante sua fase de luta, Lívia vai suspender o uso desses anabolizantes porque ela será submetida a exames antidoping. Então é um uso temporário, apenas para a recuperação de suas lesões", disse Matioli.
O advogado ainda falou sobre a pistola e a munição, encontradas na casa da atleta:
"A Lívia buscava regularizar a posse dessa arma, que tem numeração íntegra, mas infelizmente, em virtude de alguns contratempos não houve essa possibilidade", explicou o advogado.
"Nós sabemos que a porção de entorpecente apreendida com ela é uma porção um pouco superior a que normalmente é encontrada com um usuário de maconha, mas estava na residência dela. Lívia é uma pessoa que não gosta de ir a esses locais que vendem esse tipo de droga e por isso comprou uma quantidade superior. Nós estamos em uma cidade pequena, há uma repercussão social maior então a Justiça entendeu por uma gravidade abstrata. Aqui, muitas vezes, a Justiça trabalha de maneira mais severa do que o que seria correto. No Direito Penal deve existir a presunção de inocência. Entendemos que a prisão é arbitrária e ilegal. Vamos impetrar ordem de habeas corpus perante o Tribunal de Justiça de São Paulo, se necessário ao STJ e até ao STF para que ela esteja logo em liberdade. A Lívia está bem, mas muito apreensiva. " completou Matioli.
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A prisão de Livinha foi resultado de uma denúncia anônima que levou à emissão de um mandato de busca e apreensão pela 2ª Vara Criminal do Foro de Araraquara. Durante a operação, os policiais civis realizaram uma busca na residência da ex-lutadora. Apesar de não estar em casa no momento inicial da ação, Livinha chegou ao local enquanto os agentes ainda trabalhavam na investigação.
Segundo a DIG, além da pistola e munições, foram apreendidos dois potes contendo maconha – um com 810 gramas e outro com 120 gramas –, um cigarro eletrônico, dois dichavadores, frascos de anabolizantes e órios para arma, como resfriadores e es de munição. A presença de uma instituição infantil próxima à residência foi um agravante na acusação de tráfico de drogas, uma vez que configura risco à saúde pública.
Natural de Araraquara, Lívia Renata Souza ganhou destaque no cenário mundial do MMA (Artes Marciais Mistas). Antes de integrar o UFC, ela conquistou o título peso-palha do Invicta Fighting Championships, uma importante organização de MMA feminino. Em sua estreia no UFC, em 2018, venceu o australiano Alex Chambers por finalização, e acumulou ao longo de sua carreira um cartel de 14 vitórias e 4 derrotas.
Conhecida pelo apelido “The Brazilian Gangsta”, Livinha construiu uma imagem de força e determinação dentro do octógono. No entanto, sua prisão abalou tanto o mundo esportivo quanto os moradores de sua cidade natal, gerando comoção e debates sobre o caso.
Após audiência de custódia, Livinha permanece na Cadeia Pública Feminina de São Carlos. A investigação continua, com a análise de provas periciais e a possível quebra de sigilo de dados do celular descoberto na residência. As autoridades ainda avaliam se há envolvimento de terceiros.
A defesa da ex-atleta promete se manifestar contra a decisão judicial. Enquanto isso, a prisão de Livinha segue gerando repercussões tanto no âmbito jurídico quanto na comunidade esportiva.
