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Criado em 1987 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o Dia Mundial sem Tabaco é celebrado anualmente em 31 de maio e tem como objetivo conscientizar a população sobre as doenças e mortes evitáveis relacionadas ao tabagismo.
Segundo o pneumologista Dr. Flávio Arbex, os pulmões desempenham papel fundamental na saúde e bem-estar de todas as pessoas, logo, a inalação da fumaça provoca processos inflamatórios com potencial para piorar diversas enfermidades e condições infecciosas.
Diante desse cenário, Arbex destaca que os benefícios de parar de fumar são quase imediatos. “Em cerca de 20 minutos após abandonar o vício, a frequência cardíaca cai. Em 12 horas, o nível de monóxido de carbono no sangue volta ao normal. Entre 2 e 12 semanas, a circulação melhora e a função pulmonar aumenta. Dentro de 5 a 15 anos, o risco de AVC é reduzido ao de um não fumante. Em 10 anos, a taxa de mortalidade por câncer de pulmão é cerca de metade da um fumante”.
Ainda segundo Dr. Flávio, os pulmões foram feitos para respirar ar puro, então inalar o cigarro comum, de palha, narguilé ou qualquer outra opção de tabaco acarreta o mau funcionamento das funções respiratórias.
“Lembrando que a fumaça também afeta os chamados fumantes ivos, que são as pessoas que convivem com indivíduos tabagistas, especialmente em ambientes fechados, ficando assim, expostas a centenas de componentes tóxicos e cancerígenos”, diz Dr. Flávio.
Dados da OMS também apontam que o ato de fumar mata mais de 8 milhões de pessoas por ano mundialmente, o que também inclui o uso de cigarros eletrônicos.
“Utilizados por muitas pessoas como uma estratégia equivocada para interromper o vício, esses dispositivos podem ser ainda mais prejudiciais para a saúde que os cigarros tradicionais, com alguns casos demandando, inclusive, o transplante de pulmão”, diz Dr. Flávio.
Dessa forma, embora parar de fumar possa ser uma tarefa realmente desafiadora, especialmente com a presença de estresses sociais e econômicos, os ganhos na qualidade de vida são imensuráveis.
“A existência de campanhas e datas especificamente voltadas ao tema são primordiais, pois orientam a população fumante sobre como dar o primeiro o em direção a uma vida mais saudável. Lembrando sempre da necessidade de um especialista para a definição do melhor tratamento, que também pode incluir medicamentos e adesivos de nicotina”.
Especialista em pneumologia, Flavio Ferlin Arbex é médico e doutor pela Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina (UNIFESP/EPM), instituição na qual também realizou residência em clínica médica e pneumologia.
Atualmente, é professor de Pneumologia da UNIARA e Coordenador da Enfermaria Covid da Santa Casa de Araraquara, além de membro das Sociedades Paulista e Brasileira de Pneumologia (SPPT e SBPT) e das Sociedades Americana e Europeia de Pneumologia (ATS e ERS).
