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Idealizada pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), a campanha Setembro Amarelo tem como objetivo conscientizar sobre a prevenção do suicídio.
Segundo o DataSUS, nos últimos 20 anos, o suicídio teve um crescimento de 7 para 14 mil ao ano – um a cada 40 segundos, sem contar os não notificados.
Para a psicóloga Soraya Tardeli Del Grossi, as ações e pautas em destaque durante o mês devem alertar a população a respeito desta realidade.
“É importante que cada vez mais pessoas parem de tratar o tema como um tabu, mas sim como um problema de saúde pública, que precisa receber a atenção necessária. Porém, também é importante alertar que falar sobre suicídio de maneira inadequada pode ocasionar o efeito contágio, que é um aumento dos casos e não a diminuição.”
Dessa forma, a especialista alerta ser imprescindível que o suicídio não seja visto como um ato em que as pessoas simplesmente desistem da vida, mas sim como uma consequência direta de diversos aspectos.
“O suicídio é um fenômeno multifatorial, portanto, focar somente na saúde mental é um equívoco, quem decide morrer por suicídio geralmente age por impulso na maioria dos casos, pois acredita que encontrou uma ‘saída’. O suicídio não é uma solução para as dificuldades, mas sim um ato determinante para um problema temporário.”
O Setembro Amarelo inicia-se mostrando para essas pessoas que elas não estão sozinhas, mas que são compreendidas e podem e devem procurar ajuda. Del Grossi pede para que todos aqueles que conhecem alguém que esteja ando por momentos difíceis mantenham um diálogo aberto para ouvir, sem julgamento, e orientar que essas dificuldades têm uma solução quando recebem um apoio adequado, especialmente de ajuda profissional.
“Lembrando que apesar de toda a importância da campanha, é necessário ressaltar que se fale em prevenção do suicídio durante o ano inteiro e não somente no mês de setembro, afinal os dados comprovam que o suicídio acontece, e muito, a todo momento”, reforça a psicóloga.
Busque ajuda
Além do apoio psicológico, da família e dos amigos, as pessoas que estejam ando por momentos de crise devem sempre buscar ajuda, portanto, falar sobre o que as aflige é essencial para que possam expressar o que estão sentindo.
“Caso se encontre em uma situação de crise em que o suicídio pareça ser a única saída, entre em contato com o Centro de Valorização à Vida (CVV), ou um profissional suicidologista”, orienta Soraya.
O CVV é uma das ONGs mais antigas do país. Fundado em São Paulo em 1962, atua no apoio emocional e na prevenção do suicídio pelo telefone 188, e também por chat, e-mail e pessoalmente – de forma voluntária, gratuita, 24 horas todos os dias da semana. Para mais informações, e.
