A DIG (Delegacia de Investigações Gerais) prendeu na manhã da última terça-feira (3), um criminoso de 26 anos apontado como líder de uma quadrilha especializada em assaltar motoristas de aplicativo no Jardim São Rafael ll, em Araraquara. A ação contou com apoio da DISE (Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes) e faz parte de uma investigação que durou cerca de 2 meses.
Os investigadores foram até uma residência na Rua José Maria Ferreira Brandão, onde o bandido estava escondido e deram cumprimento ao mandado de prisão temporária. No imóvel, foram apreendidos os celulares dele e da namorada de 15 anos.
Os aparelhos serão analisados pela perícia e podem ajudar a elucidar mais crimes, além de identificar outros membros da quadrilha. O inquérito que investiga os crimes de roubo e associação criminosa, devem ser concluídos em 30 dias (Veja A Entrevista Abaixo).
“Eles se reuniam no bairro São Rafael e a partir dali, acionavam motoristas pelo aplicativo 99 ou uber. Durante o trajeto anunciavam o assalto, levavam a vítima para locais afastados, subtraiam pertences e em alguns casos agiam com violência, como o uso de facas e até agressões com tapas”, explicou o delegado.
Durante o depoimento o ladrão confessou os roubos e as declarações foram consideradas fundamentais para o andamento do inquérito e mais pessoas devem ser responsabilizadas em breve.
“Essa prisão foi um o importante, foram cumpridos 10 mandados de busca localizamos outras pessoas relevantes para o caso que devem ser indiciadas nas próximas fases”, disse.
O delegado também agradeceu o apoio da Polícia Militar durante a operação, destacando a integração entre as forças de segurança como decisiva para o sucesso da ação. “Agradeço à PM, que nos apoiou com informações e trabalho de campo. O padrão da atuação conjunta é algo que merece ser enaltecido”, concluiu.
O ladrão que já tem agens por violência doméstica, foi encaminhado para Cadeia Pública de Santa Ernestina e ficará preso temporariamente por 30 dias, mas pode ter a prisão temporária convertida em preventiva. A investigação segue em andamento e na manhã desta quarta-feira (4), novos depoimentos foram colhidos na delegacia, mas outras pessoas também serão ouvidas.
RELEMBRE OS CRIMES QUE ATERRORIZAVAM MOTORISTAS DE APP EM ARARAQUARA
As investigações que levaram à prisão se baseiam em uma série de ocorrências registradas entre abril e maio deste ano, todas com características semelhantes e alto grau de violência. O Araraquara Agora conversou com alguns motoristas que estavam com medo da onda de assaltos.
O primeiro assalto ocorreu em 15 de abril, quando um motorista de aplicativo de 28 anos, foi surpreendido enquanto se dirigia a uma corrida no Jardim Victório de Santi. Dois suspeitos surgiram repentinamente na frente do carro, um deles armado com revólver. Eles renderam o condutor e fugiram levando o veículo e o celular da vítima.
Poucos dias depois, em 24 de abril, uma mulher de 32 anos também foi alvo da quadrilha. Ela aceitou uma corrida solicitada por três homens, com origem no Jardim dos Manacás e destino à Chácara Flora. Durante o trajeto, os criminosos sacaram uma faca e a ameaçaram. Após o assalto, abandonaram a motorista no bairro Monte Carlo, levando seu automóvel, telefone e documentos pessoais. Os autores desse crime acabaram presos após novos roubos em Américo Brasiliense.
Em 4 de maio outro motorista, de 34 anos, teve o carro roubado e foi deixado em meio a um canavial na zona rural e a Polícia Militar foi acionada e utilizou a geolocalização do celular da vítima para rastrear os suspeitos, que haviam ado pelo Jardim São Rafael.
Já no dia 7 de maio um caso chamou a atenção pela brutalidada, um motorista foi rendido por quatro criminosos no Jardim Veneza e forçado a entrar no porta-malas do próprio carro. Ele só conseguiu escapar após deixar as pernas para fora do compartimento, impedindo o fechamento total da tampa.
O último episódio que culminou na intensificação das diligências, ocorreu em 13 de maio e um motorista de 55 anos foi ameaçado com faca por um grupo de quatro ageiros que embarcaram no Jardim São Rafael com destino ao Jardim Maria Luiza. O crime foi mais uma evidência do padrão de atuação da quadrilha, o que ajudou a polícia a consolidar o perfil dos envolvidos e concluir a autoria dos delitos.
