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Em Araraquara, uma história de superação tem inspirado muitas pessoas a fazerem a diferença. Ivan Gabriel Travessolo Magalhães, de 15 anos, estudante autista, é um dos maiores exemplos de resiliência. Recentemente, ele conquistou várias medalhas em competições de matemática e se tornou referência para outros alunos, especialmente para aqueles com o Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Mas sua jornada vai muito além das medalhas. Ivan, que ingressou em 2025 na ETEC de Araraquara no primeiro ano do ensino médio, com técnico em informática, é uma verdadeira inspiração para quem enfrenta dificuldades no cotidiano.
A mãe do adolescente, Taciana Travessolo, lembra que o filho foi o primeiro colocado na prova do vestibulinho. “ou também em terceiro lugar, em ampla concorrência, em uma de escola pública no IFESP, mas optou em estudar no ETEC”.
Desde muito cedo, Ivan mostrou afinidade com números. Seu interesse por matemática começou de forma mais clara aos 12 anos, quando se destacou no 7º ano. Mas foi quando conheceu a OBMEP (Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas) que esse amor se tornou ainda mais forte. Incentivado por seus professores, que sempre acreditaram no seu potencial, Ivan ou a se dedicar ao máximo, estudando diariamente e se preparando para as competições.
E o resultado de todo esse esforço foi a conquista de medalhas de destaque, que ele vê como uma vitória sobre si mesmo. “Na hora eu me concentrava na prova e não importava com quem eu tava competindo, eu dava o meu melhor, disse.”
“Eu como mãe me sinto muito orgulhosa, pois vejo o esforço dele e todos os desafios que amos até aqui.
Me sinto com o dever cumprido.
Ele não pensa muito sobre o que vai ganhar e sim em superar ele mesmo.
Então cada medalha é como se ele estivesse vencendo a si mesmo”, ressalta a mãe Taciana.
Vale lembrar que a trajetória de Ivan não foi fácil. Como muitos outros estudantes autistas, ele enfrentou desafios significativos. Desde a infância, Ivan sofreu bullying e teve dificuldades em interações sociais, especialmente devido a suas rotinas rigorosas e estereótipos que o afastavam dos colegas.
Taciana compartilha que as dificuldades mais intensas aconteceram antes do diagnóstico, que só foi realizado quando Ivan tinha 9 anos. "O período sem o diagnóstico foi o mais difícil para ele e para nossa família", conta.
“Muitas vezes nós mães nos vemos sem saída , sem apoio , as pessoas não entendem. Hoje não tenho problemas no meu trabalho, mas tive , eu já tive preconceito de colegas de trabalho por muitas vezes precisar de horários específicos e até me ausentar por ter que dar apoio a ele.
Graças a Deus e a terapia, hoje ele está bem e não preciso de horário especial. Mas já tive muitos problemas com isso, pessoas desinformadas e preconceituosa que não procuram se informar sobre o que TEA”.
Ainda temos muito desafio pela frente e sinto muito falta de uma rede de apoio as famílias, em especial as mães, pois sempre somos nós que ficamos com a maior carga de responsabilidade sobre a educação e formação dos filhos”, diz.
Ivan também enfrentou problemas com a fala e a escrita, que só foram amenizados após ar por terapia fonoaudiológica e ocupacional. Sua rotina também é exigente: para que tudo funcione de forma harmoniosa, ele precisa seguir horários rígidos para comer, estudar, e até se divertir.
Mesmo assim, ele tem o apoio da família e da escola, que sempre forneceram o e necessário para seu desenvolvimento.
O jovem tem um irmão mais velho, de 18 anos, Jean Rafael Travessolo Magalhães, que inclusive está em investigação de TEA e Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDHA).
Na escola, Ivan sempre recebeu e. Durante o período que esteve na Escola Estadual Antônio dos Santos, ele teve a ajuda de diretores, professores e agentes de apoio, o que foi essencial para seu desempenho acadêmico. Agora na ETEC, sua nova instituição de ensino, ele continua recebendo apoio integral.
Porém, Taciana revela que, como mãe de um filho autista, o maior desafio não é apenas a questão educacional, mas a sobrecarga de responsabilidades e a falta de compreensão de algumas pessoas.
"Ainda falta uma rede de apoio para as famílias, especialmente para nós, mães. Somos nós que carregamos a maior parte da responsabilidade", diz Taciana.
Entre as várias conquistas de Ivan, uma das mais notáveis foi a obtenção de medalhas nas Olimpíadas de Matemática, como a OBMEP e a OMAPS, competições que reconheceram seu talento excepcional.
Agora, em 2025, ele foi selecionado para um projeto de iniciação científica do governo federal, no qual receberá recursos para estudar mais a fundo matemática, um dos seus maiores interesses.
"Ele não pensa muito sobre o que vai ganhar, mas em superar a si mesmo", conta Taciana, com orgulho de ver o filho alcançar novos patamares.
O jovem prodígio, apesar de todas as dificuldades, não se deixa abater. Seu maior sonho agora é fazer um intercâmbio e estudar fora do Brasil, com foco em computação e programação.
Ivan já se destaca em exatas, mas também tem interesse por outras áreas, como artes e música. Ele ama tocar teclado e se inspira nas músicas de Melanie Martinez para encontrar equilíbrio e se regular emocionalmente. Sua paixão por números continua sendo sua maior motivação.
Ivan se considera um exemplo para outros alunos, especialmente para aqueles com TEA. "Acho que qualquer um pode chegar onde quiser com esforço e as circunstâncias certas, independentemente de qualquer deficiência", afirma, demonstrando maturidade e autoconfiança.
Sua história não é apenas sobre conquistas acadêmicas, mas também sobre a capacidade de se superar, enfrentar preconceitos e continuar seguindo em frente com perseverança.
“Ivan é um rapaz muito carinhoso comigo, meu companheiro, gosta muito de me acompanhar em tudo que faço. Ele é muito inteligente e tem interesses em diversos assuntos, além de habilidades com artes”, reforça a mãe.
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