Livinha fala pela primeira vez! A ex-lutadora do UFC, presa em Araraquara por tráfico de drogas e porte ilegal de arma, divulgou uma carta aberta da cadeia.
No texto, ela desabafa sobre a prisão, reafirma sua inocência e pede apoio para sua família e namorada. Leia a íntegra e entenda os desdobramentos.
A ex-lutadora do UFC, Lívia Renata Souza, mais conhecida como Livinha, se manifestou publicamente pela primeira vez desde sua prisão, ocorrida no dia 23 de janeiro. A atleta, de 33 anos, foi detido em Araraquara-SP, sua cidade natal, sob acusações de tráfico de drogas e porte ilegal de arma de fogo. Em uma carta divulgada por meio das redes sociais, ela desabafa sobre o momento difícil, reafirma sua inocência e faz um apelo para que sua família e namorada recebam apoio.
Na carta, Livinha expressa sua indignação por ser tratada como criminosa, ressaltando sua trajetória no esporte e sua luta pela legalização da maconha para fins medicinais. “É difícil lidar com o peso de pagar por algo que não sou e não fiz”, escreveu a ex-lutadora, que sempre se posicionou publicamente a favor do uso do CBD e de medicamentos à base de THC .
Ela também fala sobre o impacto da prisão em sua imagem pública e no carinho dos fãs:
"Se um dia eu sair, talvez não me vejam com bons olhos. Talvez seus filhos não queiram mais fotos comigo, talvez as pessoas tenham medo ou tratem tudo com indiferença. Essa situação, sem dúvida, estragou uma carreira construída com tanto esforço."
Apesar de tom do texto, Livinha afirma manter sua mente forte e destaca a importância do apoio de amigos e familiares. No trecho mais emotivo da carta, a ex-lutadora faz um pedido de perdão:
"Gostaria de sair uma última vez para abraçar a Carol, meus cachorros e pedir perdão à tia Sonia e tio Levi por ter os feito ar por isso."
Ela também destaca que sempre foi uma pessoa disposta a ajudar, e que agora precisa da ajuda daqueles que sempre torceram por ela.
"Agora, preciso da ajuda de vocês. Este lugar é difícil, mas conheci pessoas que me ajudaram e ajudam a ar por isso."
"O que fiz no esporte está feito, e, sinceramente, faz alguns anos que posso morrer em paz. Sempre vivi por minha casa, meus cães e a Carol. Não vejo muita perspectiva ao sair, pois sei como funciona nosso país com ex-presidiários."
O advogado de Livinha, Glaucio Dalponte Matioli, em entrevista recente ao portal Araraquara agora negou as acusações de tráfico de drogas e porte ilegal de arma de fogo. Segundo ele, a maconha encontrada na residência era para uso pessoal de Livinha e a pistola calibre .380 ainda estava em processo de regularização. A defesa pretende recorrerb da decisão judicial que manteve a prisão do atleta.
Além disso, Matioli destacou o histórico da ex-lutadora com o uso de medicamentos à base de cannabis, lembrando que ela foi a primeira atleta do UFC no Brasil a ser patrocinada por uma empresa de CBD. Ele também ressaltou que a própria Livinha permitiu o ao seu telefone celular para provar que não há qualquer envolvimento dela com o tráfico.
A prisão de Livinha foi resultado de uma denúncia anônima que levou a Delegacia de Investigações Gerais (DIG) a cumprir um mandato de busca e apreensão em sua residência, no bairro Jardim Universal, em Araraquara. No local, os policiais encontraram 930 gramas de maconha, uma pistola .380 sem registro, 59 munições e frascos de anabolizantes.
Apesar da defesa argumentar que a droga era para consumo próprio e que a arma estava em processo de regularização, a Justiça decidiu manter a prisão preventiva da ex-lutadora, alegando a gravidade do caso.
Natural de Araraquara , Lívia Renata Souza ganhou projeção mundial no MMA ao conquistar o título de campeã peso-palha do Invicta Fighting Championships, uma das principais organizações de MMA feminino. Posteriormente, foi contratada pelo UFC, onde fez sua estreia em 2018, vencendo Alex Chambers por finalização.
Conhecida pelo apelido “The Brazilian Gangsta”, Livinha acumulou um cartel de 14 vitórias e 4 derrotas , sendo reconhecida por sua habilidade no jiu-jitsu e seu espírito de luta. Sua prisão surpreendeu a comunidade esportiva, gerando debates e grande repercussão nas redes sociais.
Ao público, meus fãs, advogados e imprensa:
É difícil lidar com o peso de pagar por algo que não sou e não fiz. A vida nunca foi justa, e, apesar do meu corpo estar perecendo, mantenho a mente forte. Sempre representei os humildes, a favela e a “quebrada”, e nunca me arrependi disso. Sei que, se um dia eu sair, talvez não me vejam com bons olhos. Talvez seus filhos não queiram mais fotos comigo, talvez as pessoas tenham medo ou tratem tudo com indiferença. Essa situação, sem dúvida, estragou uma carreira construída com tanto esforço: de campeã a “criminosa”. Isso me entristece, especialmente porque venho de uma família de pessoas de bem. Por favor, não confundam as coisas, apenas confortem minha família, namorada e amigos!
O que fiz no esporte está feito, e, sinceramente, faz alguns anos que posso morrer em paz. Sempre vivi por minha casa, meus cães e a Carol. Não vejo muita perspectiva ao sair, pois sei como funciona nosso país com ex-presidiários.
Gostaria de sair uma última vez para abraçar a Carol, meus cachorros e pedir perdão à tia Sonia e tio Levi por ter os feito ar por isso, assim como aos meus fãs e amigos. Por ora, não farei piadas engraçadas.
Venho também através dessa carta agradecer o apoio de todos, em primeiro lugar a Deus, em segundo à minha namorada Ana Carolina, minha família e a todos que acompanharam minha trajetória no esporte. Acredito que eu não fui a melhor, mas sempre fiz o meu máximo. Sempre tive meus defeitos e erros, mas ser criminosa nunca foi um deles. Talvez me vejam assim diante dessa situação, especialmente por ter lutado pelo o a medicações à base de THC e CBD.
As palavras e o carinho de todos com a Carol são muito importantes, pois ela sempre fez tudo por mim. Não sou perfeita, mas sempre ajudei quem pude com a minha condição. Agora, preciso da ajuda de vocês. Este lugar é difícil, mas conheci pessoas que me ajudaram e ajudam a ar por isso.
Rapaziada, vocês sabem que nunca apontei o dedo para quem já ou por situações difíceis. Já apanhei muito da vida, mas sempre vou levantar mil vezes. Vocês me fazem mais forte. Espero receber cartas de vocês para ajudar a ar o tempo.
Obrigado à Sportv, Record, Band e demais veículos de mídia. Agradeço a todos pelas reportagens boas e ruins; sempre gostei de defender o que acredito, e nada muda isso! Espero fazer grandes lutas agora que sou praticamente uma “bad girl” (risos). Desculpem, mas só risada salva!
Obrigada, amigos, por tudo. Que eu consiga arrumar lutas para pagar o advogado!
Livinha.
