O valor médio da cesta básica em Araraquara apresentou queda de R$ 5,09 em janeiro, conforme revelou pesquisa mensal do Núcleo de Economia do Sincomercio Araraquara. O custo ou de R$ 957,92 para R$ 952,82 no primeiro mês de 2023.
Segundo a pesquisa, os três grupos de produtos analisados apresentação queda no preço. O de alimentação é o que tem maior peso sobre o custo total da cesta básica e teve redução de -0,28 no mês, ou R$ 2,20 a menos. Os itens de higiene pessoal também apresentaram variação percentual discreta e negativa, de – 0,3% ou R$ 0,31 mais em conta. Já os itens de limpeza doméstica registraram queda percentual mais expressiva, de – 3,48% ou R$ 2,58.
Entre os produtos com maior aumento, estão: batata (17,3%), feijão carioca (6,6%), farinha de mandioca torrada (5,5%), arroz branco (3%) e creme dental (2%). E as principais quedas percentuais foram: cebola (- 40,7%), alho (- 19,3%), linguiça fresca (- 7%), sabão em barra (-6,2%) e carne de segunda – acém (- 4,6%).
A carne de segunda - acém foi responsável pela maior queda em termos monetários, provocando o decréscimo de R$ 5,63 no custo médio da cesta, em razão da redução de R$ 1,41/quilo. Isso ocorreu devido ao período de demanda do mercado interno enfraquecida, causado principalmente pelo fragilizado poder de compra de grande parte da população. Apesar disso, a produção nacional não foi extremamente afetada, já que as exportações apresentam um bom desempenho, principalmente ao mercado chinês, o que auxiliou o escoamento da produção.
A elevação que mais pesou no bolso do consumidor veio justamente da batata, o produto com maior aumento percentual (17,3%), que apresentou crescimento de R$ 4,14, por causa do encarecimento de R$ 1,04/quilo. De acordo com o CEPEA – ESALQ/USP, esse aumento é reflexo do clima predominantemente chuvoso que vem ocorrendo nas principais regiões produtoras no mês de janeiro. “O maior volume de água dificulta a colheita do tubérculo e reduz sua quantidade no mercado, consequentemente aumentando seu preço”, destaca Thais Gentile, pesquisadora do Núcleo de Economia.
Um dos principais destaques entre as quedas foi a cebola. “Desde o último mês de 2022, de acordo com o CEPEA-ESALQ/USP, o mercado está em um ritmo mais calmo por conta de uma junção de fatores, como: o início do ano com o período de férias escolares e a menor qualidade do produto que segue comprometida devido as chuvas que ocorreram no período de produção. Dessa forma, a demanda está reduzida, o que causa o barateamento do produto no mercado”, comenta Thais.
Inflação
A variação acumulada em 12 meses para o custo total da cesta foi de 14,13% – encarecimento de R$ 117,96. Entre os grupos de produtos, todos apresentaram aumento. Os de limpeza doméstica registraram maior alta percentual: 26,43%, equivalente a R$ 14,95. Já os itens de alimentação subiram 12,67% – o maior impacto financeiro, de R$ 87,62. Por fim, o grupo de higiene pessoal ficou 17,71% ou R$ 15,39 mais caro.
Entre os produtos, 26 dos 32 oscilaram para cima – o que corresponde a 81,25% dos itens que compõe a cesta básica analisada. No acumulado de fevereiro de 2022 a janeiro de 2023 destacam-se: batata (88,1%), extrato de tomate (40,4%), feijão carioca (39,3%), ovo branco e farinha de mandioca torrada (39,1%). Apenas seis produtos apresentaram variação negativa, sendo que apenas quatro caíram mais de 1% no período: linguiça fresca (- 1,86%), alho (- 3,07%), carne de primeira – contrafilé (- 4,44%) e açúcar refinado (- 5,21%).
Salário mínimo
O custo médio da cesta básica em Araraquara representa atualmente 73,2% do salário mínimo. O valor é bastante inferior ao registrado no mês anterior, de 79%, e 3,5 pontos percentuais acima do registrado no mesmo mês do ano anterior, isto é, em janeiro de 2022, quando o valor da cesta básica representava 69,7% do salário mínimo vigente à época. Em janeiro de 2021 e 2020, a cesta básica custava, em média, R$ 784,27 e R$621,24, representando, respectivamente, 71,3% e 59,8% do salário mínimo do araraquarense.
